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Como vencer a compulsão por doces?

  • 6 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 28 de out.

A compulsão por comida não é falta de força de vontade, é um sinal do corpo a pedir equilíbrio.


Compulsão por comida

Quase todas as mulheres já passaram por aquele momento em que o desejo por doces parece incontrolável — especialmente nos dias de TPM, stress ou cansaço.

Mas a boa notícia é que a compulsão por açúcar não é falta de força de vontade.

É um sinal do corpo a pedir equilíbrio.


Entender as causas e aprender a lidar com elas é o primeiro passo para quebrar o ciclo de culpa e começar uma relação mais leve com a comida e com o próprio corpo.

Por Que Desejamos Tanto o Açúcar?

O açúcar activa as mesmas áreas de prazer no cérebro que certas substâncias aditivas. Ele liberta dopamina e serotonina, neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar e recompensa.


Por isso, quando te sentes cansada, ansiosa ou com défice de sono, o teu corpo procura rapidamente uma “solução energética” — e o doce parece a opção perfeita.

Mas o problema é que, minutos depois, vem o pico e a queda de glicose, gerando mais fome, irritabilidade e vontade de repetir o ciclo.


Ou seja, o corpo não está a pedir açúcar — está a pedir equilíbrio.

As Causas Mais Comuns da Compulsão por Doces

Cansaço e falta de energia.
Cansaço e falta de energia.

1. Refeições mal estruturadas: falta de proteína, fibra ou gordura boa deixa o corpo sem saciedade;


2. Sono insuficiente: dormir pouco aumenta o cortisol e reduz a leptina (hormona da saciedade);


3. Stress crónico: o stress constante aumenta o desejo por “energia rápida”;


4. Desequilíbrio intestinal: bactérias intestinais desreguladas podem aumentar o apetite por açúcar;


5. TPM e variações hormonais: nas fases em que o estrogénio cai, o corpo pede mais serotonina — e os doces entram em cena.



Estratégias Práticas Para Controlar a Vontade de Doces


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1. Come Proteína em Todas as Refeições


A proteína mantém a glicemia estável e evita picos de fome. Inclui ovos, iogurte natural, peixe, frango, cogumelos, catato ou feijões.


2. Inclui Gorduras Boas e Fibras


Abacate, coco fresco, azeite, sementes de abóbora, aveia e vegetais dão saciedade e regulam o açúcar no sangue.


3. Cuida do Teu Sono e do Stress


Dormir bem e praticar relaxamento (respiração, alongamento, meditação) reduz o cortisol e, com ele, a vontade de açúcar.


4. Troca o Doce Refinado por Alternativas Naturais


Frutas frescas mais doces, batata-doce ou sobremesas caseiras saudáveis podem satisfazer o paladar sem desregular o corpo.


5. Hidrata-te e Observa o Teu Corpo


Muitas vezes confundimos sede com fome. Bebe água regularmente e faz pausas conscientes antes de comer.


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6. Cuida do Intestino


Um intestino equilibrado ajuda a reduzir desejos. Consome probióticos (como kefir, iogurte natural, conservas caseiras) e prebióticos (banana verde, aveia, alho, cebola).


A Relação Emocional com os Doces


O açúcar muitas vezes serve de consolo. Ele acalma emoções desconfortáveis — mas apenas por instantes.

Por isso, trabalhar a gestão emocional é tão importante quanto ajustar a alimentação.


“Quando aprendes a nutrir as tuas emoções com presença e cuidado, o corpo deixa de pedir açúcar para se sentir bem.”

Vencer a compulsão por doces não é sobre proibir, mas sobre compreender e equilibrar.

Quando o corpo está nutrido, descansado e emocionalmente acolhido, o desejo por açúcar perde força naturalmente.


Não é um processo de restrição, mas de reconexão.

Cuida-te com amor, e o teu corpo responderá com harmonia, energia e leveza.



REFERÊNCIAS:

  1. PUJOL, Ana Paula. Nutrição aplicada à estética. Rio de Janeiro: Editora Rubio. 2011

  2. Meule, Adrian. "The psychology of food cravings: The role of food deprivation." Current nutrition reports (2020): 1-7.

  3. Taetzsch, Amy, et al. "Food cravings: Associations with dietary intake and metabolic health." Appetite (2020): 104711.

  4. Stapleton, Peta, et al. "An initial investigation of neural changes in overweight adults with food cravings after emotional freedom techniques." OBM Integrative and Complementary Medicine 4.14 (2019): 10-21926.

  5. Schulte, E. M., et al. (2015). Which foods may be addictive? The roles of processing, fat content, and glycemic load. PLoS ONE, 10(2): e0117959.

  6. American Psychological Association (2022). Stress and Eating: How Stress Affects Your Appetite. Disponível em: www.apa.org.

  7. Harvard T.H. Chan School of Public Health (2023). Carbohydrates and Blood Sugar. Disponível em: www.hsph.harvard.edu/nutritionsource.

  8. Soihet, Julie, and Aline David Silva. "Efeitos psicológicos e metabólicos da restrição alimentar no transtorno de compulsão alimentar." Nutrição Brasil 18.1 (2019): 55-62.

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